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No fim de 2023, a equipe da Caiena iniciou um projeto super desafiador: realizar a consultoria para o design do framework para uma base de dados de micro, pequenas e médias empresas de Moçambique. A iniciativa ocorre junto ao Ministério de Economia e Finanças de Moçambique, com financiamento do Banco Mundial.
E para que essa jornada se tornasse ainda mais completa, nossos especialistas de design e tecnologia viajaram a Maputo, capital do país africano, para trabalhar junto da equipe local para a criação do projeto SME Data Framework. A consultora Julia Leibovitz, o especialista em design estratégico Daniel Lucas e Eduardo Assis, diretor executivo e sócio-fundador da Caiena, foram a campo conversar com stakeholders e conhecer mais a fundo as características do empreendedorismo moçambicano.
Agora, Julia e Lucas compartilharam os aprendizados e momentos especiais vividos na viagem com o Blog da Caiena. Confira o que eles têm a contar sobre essa experiência única no país africano, e como o projeto em que a Caiena está envolvida poderá impactar a realidade de muitas pessoas e negócios do outro lado do oceano.
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- Caiena e Banco Mundial: mais uma parceria bem-sucedida
Julia e Lucas definem a experiência de criação do SME Data Framework como um projeto de exploração, que tem exigido uma densa pesquisa para que a equipe compreenda o contexto atual das micro, pequenas e médias empresas de Moçambique. Para isso, os especialistas têm buscado referências de iniciativas econômicas nacionais e internacionais, e seguem dialogando com stakeholders para alinhar estratégias.
Segundo eles, as entrevistas com pessoas que serão impactadas pela iniciativa, como os empreendedores moçambicanos, por exemplo, têm sido fundamentais para o andamento do projeto, uma vez que um dos principais desafios é o acesso à informação.
“Queríamos saber sobre os lugares em que têm que ir, como fazem, como ‘acontece do lado deles’, quais documentações são necessárias para cada processo de abertura e gestão das empresas… De entrevista a entrevista, um acaba indicando outras pessoas, e vamos nos aprofundando”, explica Lucas.
Eles explicam que, para o processo de abertura de empresas em Moçambique, por exemplo, o empreendedor precisa passar por 13 etapas, divididas em seis instituições diferentes. “Então, o empresário tem que levar a informação de um lugar para o outro. Se ele atualiza uma informação aqui, não necessariamente o outro órgão sabe, então ele tem que refazer”, conta Daniel. Vale reforçar que parte dessa comunicação ainda ocorre de forma impressa por uma questão de formalidade, para que tenham documentos físicos que comprovem as solicitações e o andamento dos processos. “Os funcionários públicos normalmente trocam e-mails, mas devido à formalidade e o respeito às hierarquias, muitas solicitações são impressas e assinadas pelo gestor ou superior responsável”, explica Daniel. Outro desafio nessa jornada é a dificuldade de comunicação entre essas instituições, o que inviabiliza o compartilhamento de algumas informações e a agilidade do processo. Além disso, a internet 3,5G é a velocidade mais rápida disponível em conexões móveis, o que dificulta a comunicação digital.
Essas e outras barreiras apresentadas nas entrevistas para Julia e Daniel fundamentaram a criação de um mapa de ecossistema sobre a gestão econômica de Moçambique. Todos os dados foram apresentados visualmente, por meio de um design desenvolvido por Lucas. “A cada conversa apareciam coisas novas. Foram muitas mudanças, muitas versões. E o Daniel estruturou tudo para ficar de uma forma que pudéssemos entender melhor e de forma visual. Agora, finalmente, a gente passou dessa parte da exploração: construímos a estrutura, o design do que seria essa base de dados, o SME Data Framework”, conta Julia. Quem está à frente da criação técnica é o Eduardo Foster, diretor de Tecnologia da Informação da Caiena. Também participa do projeto o diretor executivo Eduardo Assis.
Como já explicamos aqui no Blog da Caiena, o projeto "Economic Linkages for Diversification", financiado pelo Banco Mundial, visa fortalecer a atuação das micro, pequenas e médias empresas de Moçambique, estabelecendo melhores condições para a criação e fortalecimento de vínculos comerciais e econômicos.
A iniciativa é dividida em três componentes, que reúnem a criação de soluções para promover a capacitação, qualidade, financiamento e o acesso dos empreendedores de Moçambique aos mercados de interesse. Ao serem implementadas, as soluções têm como objetivo otimizar as relações entre negócios e instituições públicas e privadas, tornando possível superar uma série de desafios, como os de conectividade, desigualdade econômica e disparidades entre gêneros.
Assim, o projeto financiado pelo Banco Mundial tem potencial de gerar grandes impactos na economia de Moçambique. Julia destaca que a organização fez um diagnóstico muito completo sobre o que precisa ser feito para impulsionar as conexões econômicas de Moçambique. “Para fazer isso acontecer, temos vivido muitos desafios. Mas, ao mesmo tempo, conquistamos muitos aprendizados sobre como superar essas limitações e dar andamento ao projeto. Quando fomos para Moçambique, vimos que o nosso projeto é um ‘pedacinho’ de algo muito maior. Estou super orgulhosa do que a gente conseguiu atingir”.
Além disso, a consultora ressalta a preocupação do Banco Mundial em deixar um legado para a economia moçambicana. E Daniel completa, destacando que a Caiena deu “um passo a mais” no projeto, avançando no seu entendimento para elaborar uma solução que atendesse a essa visão de futuro do Banco Mundial.
“Então, a partir da base de dados, estamos entregando algo a mais, pensando ‘Como seria uma plataforma com benefícios para o usuário final, que é o cidadão?’ ou ‘Como ela funcionaria a partir do momento que essa base de dados existir?’, ‘E quando ela existir, o que seria possível com ela?’. Por isso, fizemos um mockup navegável, com tudo centralizado. Nosso objetivo era mostrar como seria o uso da base de dados na prática”, enfatiza Daniel.
Vale ressaltar que este não é o primeiro projeto da Caiena com o Banco Mundial. A parceria já aconteceu antes, no desenvolvimento do aplicativo SOL - Solução Online de Licitação, que conecta cooperativas da agricultura familiar dos Estados da Bahia, Rio Grande do Norte e Paraíba a fornecedores. A Caiena e o Banco Mundial trabalharam juntos também no desenvolvimento do Ceará Transparente, sistema que reúne três dimensões do Governo do Estado do Ceará em uma única plataforma: Ouvidoria, Transparência e Acesso à Informação.
Mais que aprendizados profissionais, a viagem a Moçambique possibilitou a Julia e Daniel conhecerem mais sobre a cultura e os hábitos locais. Foram muitas as histórias compartilhadas sobre as descobertas obtidas na viagem a Maputo. Dentre elas, eles falam sobre as diferenças entre moçambicanos e brasileiros no que diz respeito à formalidade das reuniões e entrevistas com stakeholders.
“Fizemos roteiros para as entrevistas, mas depois percebemos que era melhor deixar a conversa mais ‘aberta’, porque quando fazíamos perguntas fechadas, eles respondiam de forma muito direta e não falavam mais, sabe? Aos poucos fomos construindo essa visão”, conta Julia.
Nos encontros presenciais, a hierarquia é algo bastante importante a ser seguido. Coisas que seriam consideradas “comuns” no Brasil, como chamar a pessoa pelo nome, escolher o lugar à mesa, ou fazer uma pergunta em caso de dúvidas no meio da reunião, acontecem com um protocolo diferente em Moçambique. Ao se dirigir à alguém, usa-se o cargo oficial da pessoal, seguido do nome; os lugares à mesa das reuniões são marcados e direcionados de acordo com a hierarquia dos cargos, e as dúvidas são recolhidas ao final, por escrito. Para evitar mal entendidos, a Julia explica a sua estratégia: "Logo que íamos começar uma conversa, já pedíamos desculpas antecipadamente, explicando que aqui no Brasil a gente é muito informal”.
Assim, os especialistas foram “quebrando o gelo” e se aproximando das pessoas de Moçambique. E perceberam que fora do ambiente profissional, a formalidade fica de lado. “Quando acabava a reunião, tudo mudava. As conversas fluíam com sorrisos, e é isso que me encantou: a felicidade deles de nos receber e de mostrar o país deles”, lembra a consultora da Caiena.
Embora as referências estudadas pela equipe demonstrem em números as dificuldades socioeconômicas que o país enfrenta hoje - das cerca de 29 milhões de pessoas que compõem a população de Moçambique, 11,3 milhões vivem na pobreza (2017), indo até lá foi possível enxergar para além das estatísticas:
“É um país que tem sua infraestrutura. Eles têm muito orgulho e querem mostrar o que têm de melhor. Isso foi muito legal, nos acolheram super bem”, completa Julia.
Apesar de a língua portuguesa ser o idioma oficial de Moçambique, a variedade de dialetos entre os moçambicanos é muito grande. “Dentro de casa, eles usam o dialeto local como primeiro idioma. Apesar das diferenças, convivem muito bem. Uma pessoa me explicou que se viajássemos de Maputo até o meio do país, encontraríamos mais de 15 dialetos diferentes! Mas quando uma pessoa fala um dialeto com outra que não o domina, eles conversam em português”, explica Daniel.
Outra semelhança com a cultura brasileira é a culinária, também por influência da colonização portuguesa. Segundo nosso especialista em design de produto, ele se lembrou muito da gastronomia baiana. “As comidas são mais ‘pesadas’, realmente ‘com sustância’. Eu comi um caranguejo na folha de mandioca batida, uma delícia! Em vez de arroz, como comemos aqui, eles comem o xima, que é como se fosse um mingau de milho, com consistência mais dura. E usam muito leite de coco em tudo! Também provamos mucapata, que parece um purê. Como acompanhamentos, comemos muitas receitas com feijão, lentilha e farinha misturados”, conclui Julia.
E as histórias não param por aí! Os dois ainda falam sobre as paisagens paradisíacas e as vestimentas, entre outros pontos. Nossa conversa poderia continuar por longas horas, mas vamos encerrar por aqui e em breve voltamos com mais relatos sobre a atuação da Caiena em Moçambique.