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Em 2019, o Dia Internacional da Mulher nos inspirou a realizar a formação Ruby Empowers!: um curso de Ruby on Rails gratuito e exclusivo para mulheres que visava contribuir para o aumento da representatividade feminina na tecnologia. Internamente, sempre tratamos da questão de gênero, mas no início de 2020 decidimos trazer um formato novo para a discussão.
Sabemos que o tema tem permeado a sociedade – e que bom! Mas nunca é demais querer entender quais desafios, desgastes e inseguranças são somados à vida profissional das mulheres em razão de seu gênero. Será que todas as mulheres da Caiena sentem ter as ferramentas e condições necessárias para o bem-estar e fortalecimento pessoal e profissional? E, se não, como poderíamos mudar isso?
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Foi com essas questões que iniciamos nosso planejamento anual de atividades. E elas nos levaram a uma conclusão bastante óbvia: a melhor forma de responder essas perguntas é criar um espaço seguro para que as mulheres se expressem.
Por isso, no dia 13 de março, realizamos uma roda de conversas para mulheres. Seu objetivo foi possibilitar uma reflexão coletiva sobre estratégias de fortalecimento e enfrentamento de desafios cotidianos relacionados à questão de gênero.
Dia Internacional da Mulher: Roda de conversa sobre desafios profissionais
O encontro foi facilitado pela psicóloga clínica e social Bianca Caroline e aconteceu em três etapas. Primeiro, todas se reuniram para um café da manhã – uma oportunidade para que ficassem mais à vontade antes da conversa começar.
Em seguida, Bianca apresentou uma série de dados relacionados à presença das mulheres no mercado de trabalho, estimulando que todas colocassem suas impressões, opiniões e sentimentos em relação a cada tópico.
Entre os números que ajudaram a direcionar a conversa, estão:
- O salário médio de uma mulher brasileira com educação superior representa 62% do de um homem com a mesma escolaridade (OCDE, 2015);
- A renda média dos homens brasileiros, em 2014, chegava a R$ 1.831,30. Entre as mulheres brancas, a renda média correspondia a 70,4% do salário deles: R$ 1.288,50. Já entre as mulheres negras, a média salarial era R$ 945,90 (Ipea);
- Enquanto 91,7% das mulheres fazem atividades domésticas, a proporção é de 76,4% entre os homens (IBGE, 2018);
- As mulheres são mais de metade da população, mas somente 10,5% ocupam cargos de deputadas federais e que estão em exercício (dados de 2018).
A cada informação, as mulheres presentes relataram como esses dados se expressam em seu dia a dia e como se sentem em relação a eles. De forma orgânica e respeitando seus próprios limites, cada uma contou sobre as sensações, aflições e desafios relacionados ao “ser mulher”.
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Na terceira e última parte do encontro, foi realizada uma dinâmica com o objetivo de ajudar todas a reconhecerem suas próprias qualidades. Uma a uma, as participantes receberam aleatoriamente a foto de uma das outras mulheres presentes e, sem mostrar às outras, deram adjetivos que descrevem aquela pessoa. Ao final, todas as imagens foram mostradas, revelando a quem se referia cada adjetivo.
Para Bárbara Prestes, designer de produtos na Caiena, a atividade a deixou mais vontade no relacionamento com as colegas:
"O evento foi muito enriquecedor, pois a dinâmica de conversa e tópicos abordados nos deram a oportunidade de discutir e compartilhar experiências de maneira que geralmente não fazemos em nossas rotinas de trabalho. Com isso, fico mais à vontade para continuar compartilhando experiências e poder dar e pedir suporte."
"Saber que a empresa em que trabalhamos se preocupa em organizar esse tipo de eventos também traz mais confiança de que teremos todo o apoio em nossas trajetórias profissionais."
Ao final, o que ficou foi uma sensação de acolhimento, compreensão e potência. Como todas relataram, o encontro ajudou as mulheres a se sentirem mais próximas, principalmente aquelas que trabalham em diferentes setores e têm pouco contato no dia a dia.
Como coloca Karina Sanitá, uma das participantes, “conhecer os dados relacionados à desigualdade de gênero no mercado de trabalho é essencial, mas a maior conquista do encontro foi criar a oportunidade de conhecermos os contextos familiares e profissionais de cada uma, além de fortalecer nossos laços e estabelecer uma rede de apoio dentro da empresa.”
