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Dia Nacional da Consciência Negra: refletindo com cinema e literatura

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No dia 20 de novembro, somos convidados a refletir os sentimentos dos negros relativamente à sua história e cultura, tendo como destaque Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares e representante da luta dos negros contra a discriminação.

A trajetória dos negros no Brasil e pelo mundo é uma história tanto de riqueza cultural, quanto de luta contra os preconceitos sofridos por pessoas e povos, simplesmente por serem diferentes em vários aspectos.

Pensando neste tema, nosso talento Luiz Santos, desenvolvedor de software full-stack, usou como norte o filme “Estrelas Além do Tempo”, e o livro “Casa-Grande & Senzala”, de Gilberto Freyre, para refletir pelo cinema e pela literatura esta temática.

Essa é uma das iniciativas realizadas pelo Comitê de Diversidade da Caiena sobre o Dia da Consciência Negra. Confira a seguir as reflexões do nosso desenvolvedor de software a partir das obras apresentadas.

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Refletindo sobre o Dia da Consciência Negra com o filme “Estrelas Além do Tempo”

No filme “Estrelas Além do Tempo”, temos a história de três mulheres incríveis: Katherine Johnson, Mary Jackson e Dorothy Vaughan, representadas respectivamente pelas atrizes Taraji P. Henson, Janelle Monáe e Octavia Spencer. O filme se passa nos anos 1960, quando a Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos) corria contra a Rússia para colocar um homem no espaço. Para tornar isso possível, existiam setores com matemáticos (também conhecidos como "computadores" – antes, o termo dava nome apenas a um cargo profissional, até nomear também a máquina), que eram homens e mulheres responsáveis por encontrar várias das respostas técnicas necessárias para vencer a corrida espacial.

O filme tem como cenário os Estados Unidos de 1960, um período de segregação racial no país. Dessa forma, pessoas negras e brancas viviam separadas. E é no setor das matemáticas ou “computadoras” negras que encontramos as nossas três protagonistas, que logo se destacam pelo seu brilhantismo.

Katherine, nossa primeira estrela e uma matemática sem igual, foi uma figura de grande importância para que a missão orbital de John Glenn fosse bem sucedida. No filme, e em outros momentos não retratados nas telas também, podemos ver que o astronauta deposita uma confiança enorme nela, preferindo os cálculos dela aos realizados pelos computadores da Nasa, quando a questão era a lista de verificação pré-voo. “Fale com a garota dos números”, diria Glenn antes de iniciar a sua missão, pedindo que ela executasse os mesmos números das equações rodadas nas máquinas da agência. “Se ela disser que eles são bons, então estou pronto para ir”, vemos Glenn falando no filme também.

Ainda no site da Nasa, na biografia de Katherine, podemos ver que “O voo de Glenn foi um sucesso e marca um ponto de virada na competição entre os Estados Unidos e a União Soviética no espaço”.

Nossa segunda estrela é Mary Jackson. Licenciada em Matemática e Ciências Físicas, ela é designada a trabalhar para o engenheiro Kazimierz Czarnecki no túnel de pressão supersônica. Adquiriu experiência prática na condução de experimentos da instalação e logo Czarnecki sugeriu que ela entrasse no programa de treinamento que a promoveria de matemática para engenheira.

Por fim, a nossa terceira estrela é Dorothy Vaughan. Também licenciada em matemática e considerada uma das mentes mais brilhantes da agência, Dorothy era uma profissional respeitada e foi a primeira gerente afro-americana da Nasa. No filme, podemos ver na terceira estrela um grande espírito proativo e de liderança, tornando-se uma especialista na linguagem de programação Fortran e também uma das principais referências na Divisão de Análise e Computação, setor no qual os grandes mainframes da IBM eram programados.

As três estrelas, Katherine Johnson, Mary Jackson e Dorothy Vaughan, não alcançaram tudo isso facilmente. Tanto no filme, quanto na página oficinal da Nasa, podemos verificar brevemente as dificuldades da época por conta da segregação racial. Vemos os avanços conquistados não somente na área tecnológica, como também nas conquistas sociais, na luta contra a discriminação racial, graças a essas mulheres incríveis e tantas outras que as seguiram.

“Estrelas Além do Tempo” é um filme maravilhoso e que, apesar de se passar nos Estados Unidos, é uma boa sugestão cinematográfica para reflexão do Dia Nacional da Consciência Negra no Brasil.

Refletindo sobre o Dia da Consciência Negra com o livro “Casa-Grande e Senzala”

O livro “Casa-Grande & Senzala”, de Gilberto Freyre, é o primeiro de uma trilogia sociológica sobre a formação do Brasil. Nele, temos dois capítulos (ou um capítulo em duas partes) focados na participação do negro no início da formação do nosso país. Mesmo sendo uma leitura pautada no estudo do estado de coisas e fatos sociais que datam do descobrimento, ninguém deve se sentir desencorajado a ler a obra, pois ela é muito bem escrita e pouco carregada de jargões acadêmicos.

“Casa-Grande & Senzala” é uma obra que todo brasileiro deveria ler para, sob a ótica de um dos nossos grandes intelectuais, entender não só o porquê somos o que somos, mas também porque no Dia Nacional da Consciência Negra este livro em particular é uma obra importante, para que possamos captar com mais profundidade a participação (na maior parte das vezes injustiçada) do negro na formação do nosso país como o conhecemos.

Podemos ver no livro, com uma riqueza de detalhes, as várias formas em que se deu a participação do negro na vida das famílias das casas grandes:

  • Como elas se sustentavam por meio do trabalho escravo;
  • Estudos realizados tanto em favor como contra uma discriminação étnica, na qual se buscava verificar se existiriam raças superiores ou inferiores às outras;
  • Como as mulheres negras foram objetos de desejo do seus senhores e vítimas da crueldade;
  • As várias formas de desigualdade enfrentadas pelos negros, a exemplo do ensino com as crianças negras e mestiças, barradas das primeiras escolas jesuíticas.

Mas, ainda assim, Gilberto Freyre nos apresenta o lado da cultura negra que se incorporou e enriqueceu a formação do Brasil, apesar de toda a carga negativa que a escravidão carrega; com toda a sua carga cultural através dos hábitos do dia a dia, da música, da culinária, da religião e tantos outros atributos que aos poucos foram agregando o seu grande valor no modo de vida do brasileiro.

A partir disso, Gilberto Freyre nos provoca a pensar que, em circunstâncias avessas à escravidão e o sofrimento suportado pelos escravos, o Brasil seria um país ainda mais rico, e como ele seria se desde o começo os negros, ao invés de trazidos para cá como força de trabalho escravo, tivessem sido recebidos como um povo livre.

“Casa-Grande & Senzala” é, entre as várias possíveis recomendações de leitura, uma das mais ricas que podem ser feitas a fim de refletir o dia 20 de novembro, e assim, entender o porquê da importância de figuras históricas como Zumbi dos Palmares. É também, um convite para nos envolvermos e contribuirmos com mudanças positivas que ainda precisam ser buscadas e de fato alcançadas contra todas as formas de discriminação.

Conclusão

Nesta contribuição para o Blog da Caiena, nosso desenvolvedor de software Luiz Santos reforça que estes são dois conteúdos excelentes para servirem como pontos de partida para promover a compreensão, de maneira bastante clara, sobre o que se quer dizer com discriminação contra os negros e o quão importante é a luta contra este tipo de crime.

Essa é uma das iniciativas realizadas pelo Comitê de Diversidade da Caiena sobre o Dia da Consciência Negra. Seguimos produzindo conteúdos para o público interno e externo que visam promover a reflexão e o diálogo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Conheça mais sobre o Comitê de Diversidade da Caiena aqui!

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