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O movimento LGBTQIA+ se dedica continuamente a garantir direitos básicos reconhecidos socialmente, afinal, o preconceito e a violência contra essa população ainda existe – em alguns países, pessoas não heterossexuais podem ser até condenadas à morte. O que é a LGBTfobia e por que devemos falar sobre isso? Ao longo do texto abordaremos este tema para celebrar a data de 17 de maio: o Dia Internacional Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia.
Em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças e problemas relacionados à saúde. Desde então, essa data se tornou uma oportunidade para falar sobre a conscientização da luta pelos direitos dos LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Queer, Intersexo, Assexual e outros grupos e variações de sexualidade e gênero), pela diversidade sexual e contra a violência e o preconceito.
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O sufixo "fobia" indica falta de tolerância e aversão a algo e uma de suas aplicações é para indicar discriminação contra grupos minoritários. O termo LGBTfobia se refere, então, à intolerância à população LGBT. Este é um termo recente e é utilizado como forma de ampliar o popular termo "homofobia". Existe uma importância em se dar visibilidade a todos os grupos que compõem a sigla, com o intuito de demonstrar formas específicas de opressão que podem recair sobre cada um deles.
O Brasil é um dos países com maiores índices de vítimas da LGBTQIA+fobia. Em levantamento apresentado pelo jornal O Globo, a cada 19 horas uma pessoa LGBT é assassinada – ou se suicida – vítima da LGBTfobia, o que faz do Brasil o campeão mundial desse tipo de crime. Em estudo apresentado pela Fundação Getúlio Vargas, as principais violações denunciadas pela população LGBT, entre 2017 e 2018, foram: violência psicológica, discriminação, violência física e violência institucional.
Entre as diversas violências contra a comunidade LGBT de que se tem registro, a discriminação é uma das principais. O ato de discriminar diz respeito a tratar alguém de maneira parcial, ou segregá-lo, por motivos de diferenças sexuais, raciais ou religiosas. Atos discriminatórios podem acontecer cotidianamente, de maneira velada, e por isso não serem percebidos pela maioria das pessoas. Deixar de ser atendida em um estabelecimento, ter suas queixas minimizadas ou questionadas e até ser expulsa de um local são situações a que pessoas LGBTs podem estar sujeitas.
Fatores como o preconceito e a não aceitação podem provocar impacto na saúde mental da população LGBT. Viver em ambientes hostis à sua orientação sexual ou identidade de gênero pode fazer com que o sofrimento se intensifique. Em casos mais graves, o risco de suicídio é alto, como aponta reportagem do jornal O Estado de São Paulo.
Muitas empresas estão mais atentas à inclusão e à diversidade, já que este é um tema relevante socialmente – além de poder gerar retornos para a empresa, como melhorar a criatividade e a competitividade organizacional. Mas para que isso dê certo, as empresas precisam ser transparentes, dizer o que acreditam e orientar suas equipes em relação aos comportamentos esperados. É necessário investir em canais de ética e denúncia, em capacitação das pessoas, desenvolvimento das lideranças e engajamento da rede de parceiros.
Todas as Letras
O Todas as Letras é um podcast da Folha de São Paulo para tratar sobre o tema diversidade. Cada episódio explica o que está por trás de cada uma das letras da sigla LGBTQIA+ e está disponível em todas as plataformas. Com o fim da primeira temporada do podcast, o projeto se desdobrou em um blog da Folha, com o mesmo nome, a tratar sobre diversidade afetiva, sexual e de gênero. O jornalista Renan Sukevicius, que também produzia o podcast, está à frente do blog e nele comenta, semanalmente, notícias relacionadas ao tema.
Diadorim
A Diadorim é uma agência de jornalismo independente e engajada na promoção dos direitos da população LGBT. Em seu site apresentam reportagens, artigos de opinião e entrevistas com personalidades importantes do movimento LGBT no país.
Como a literatura de amor LGBT combate a opressão
A revista Gama fez uma seleção de escritores e escritoras LGBT, cujas obras sofreram algum tipo de apagamento ao longo da história. Mesmo autores consagrados, como Mário de Andrade e Virginia Woolf, "tiveram esse viés de sua vida e literatura empurrados para debaixo do tapete, muitas vezes tratados de forma ambígua ou velada." A lista conta com cinco leituras recomendadas para se ter na estante.
É comum se pensar que, ao longo do tempo, a comunidade LGBTQIA+ está sofrendo menos preconceito. Como esse debate está sendo feito há anos, pode parecer que houve um aumento da aceitação e essa questão pode não ser mais relevante socialmente. No entanto, isso não é verdade. O Dia Internacional Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia deve ser lembrado para reafirmar que a luta contra a violência e a discriminação é fundamental e deve ser cada vez mais encorajada.
E se você gostou desse conteúdo, acompanhe as nossas ações sobre diversidade! Conheça também o Comitê de Diversidade da Caiena, criado para que essas discussões tenham sempre espaço e relevância na empresa. Se identificou com nossos valores? Confira as vagas abertas!
Este é um texto colaborativo, escrito pelos seguintes membros do Comitê de Diversidade da Caiena: João Paulo Gotardo, Larissa Kovelis e Marta Barbieri.