Trampos do Futuro: lições do evento Fundação Itaú sobre jovens e o mercado de trabalho

Recentemente, falamos aqui no Blog da Caiena sobre as oportunidades do mercado de trabalho em 2025. Continuando essa conversa, hoje trouxemos algumas lições que adquirimos em nossa passagem pelo evento Trampos do Futuro, realizado pela Fundação Itaú nos dias 19 e 20 de fevereiro, no Pavilhão da Fundação Bienal de São Paulo.

O Trampos do Futuro teve como objetivo promover ações gratuitas de compartilhamento de conhecimento, para impulsionar jovens que estão iniciando a carreira profissional. A programação contou com atividades diversas, como palestras, experiências interativas, exposições e outras ações nas áreas de economia criativa, verde, digital, do cuidado e também a prateada, voltada às pessoas com mais de 50 anos.

Entre as atividades, o público pôde conhecer o Observatório da Fundação Itaú, projeto desenvolvido pela Caiena com a Fundação Itaú para unificar o legado e a tradição de produção de conhecimento do Itaú Social, Itaú Cultural e Itaú Educação e Trabalho.

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• ‍Entendendo a realidade dos jovens no mercado de trabalho
• Lições da Caiena no Trampos do Futuro
• Conheça o Observatório da Fundação Itaú

O estudo "O Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras" identificou que as pessoas com idade entre 15 a 29 anos do Brasil têm sido um dos grupos mais impactados ao iniciarem as atividades no mercado de trabalho. Isso acontece por influência de mudanças no padrão de globalização, mudanças demográficas, pela digitalização da economia, pela flexibilização das relações de trabalho, e devido às mudanças climáticas e de padrão de consumo.

A partir dos dados coletados no estudo, foram mapeadas as economias emergentes e quais são as possíveis carreiras do futuro. São elas:

• Economia criativa: setor baseado na produção e distribuição de bens e serviços culturais, artísticos e de entretenimento, que já emprega 30 milhões de pessoas no mundo, segundo a Unesco;
• Economia do cuidado: relacionada às atividades de bem-estar, saúde, educação, assistência social e serviços domésticos, com previsão de geração de 475 milhões de empregos até 2030, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho;
• Economia prateada: voltada à população acima dos 50 anos, estratégica para questões relacionadas ao envelhecimento global, com expectativa de 15% de crescimento no mercado de tecnologia até 2030, também conforme dados da Organização Internacional do Trabalho;
• Economia digital: engloba as soluções tecnológicas, que representarão 25% do PIB global até este ano, segundo o Banco Mundial;
• Economia sustentável: ações focadas em energia renovável, gestão de resíduos e agricultura regenerativa para a redução dos impactos ambientais, cujo setor criará 38 milhões de empregos até 2020, afirma a Organização Internacional do Trabalho.

Essas foram as tendências gerais que nortearam a programação do evento Trampos do Futuro, da Fundação Itaú. Com esses dados, as atividades focaram na inclusão produtiva de jovens, proporcionando experiências que abriram portas para que conhecessem possíveis carreiras profissionais.

Das diversas atividades que a Caiena acompanhou no Trampos do Futuro, um dos destaques foi a palestra "Como é trabalhar com tecnologia e inovação", ministrada por Andreza Rocha, CEO e fundadora do Afroya Tech Hub. Ela é Linkedin Top Voice em Inteligência Artificial e compartilhou suas impressões sobre o impacto dessa tecnologia e de outras no mercado de trabalho, com foco principal na inclusão de mulheres e pessoas negras.

Andreza aproveitou para incentivar os jovens a trabalharem a habilidade de pensamento crítico em tempos de IA, uma vez que esse pode ser um grande diferencial no futuro do trabalho. A especialista destacou que a tecnologia pode ser uma grande aliada da produtividade, porém, é necessário saber usá-la, fazendo as perguntas certas durante consultas, por exemplo.

Esse assunto tem sido bastante discutido nas rodas de tecnologia por conta do lançamento de uma pesquisa da Microsoft sobre o uso excessivo da inteligência artificial na realização de tarefas.

Hip hop

A cultura hip hop dialoga muito bem com a realidade dos jovens brasileiros, por isso esteve presente em diversas ações do Trampos do Futuro. Entre os destaques está a participação do Instituto Kondzilla, que realizou workshops focados em inovação e criação de conteúdos criativos.

O Geledés - Instituto da Mulher Negra distribuiu gratuitamente o livro “Pedagogias e as Culturas Juvenis nas Escolas”, que traz os resultados do projeto de mesmo nome. A iniciativa visa reconhecer, valorizar e sistematizar os modos de fazer, pensar e agir elaborados pela geração hip hop e pelos jovens brasileiros no ambiente educacional. Assim, o Geledés busca reduzir desigualdades e fortalecer o conhecimento dos estudantes.

‍“As diferentes gerações do hip-hop, provocadas pelas temáticas que esse movimento traz ao debate público – como reflexões sobre a história, leituras críticas da realidade e construção de projetos e novas expectativas de vida –, extrapolaram os limites impostos por uma sociedade excludente. Hoje, elas vêm produzindo e articulando conhecimentos que podem contribuir para diversas áreas do saber, como história, geografia, física, química, letramento crítico, matemática, sociologia e artes. Isso porque a prática dos elementos da cultura hip hop exige cálculo, habilidade, segurança, reflexão, leitura e desenvolvimento de técnicas”.

^{Livro “Pedagogias e as Culturas Juvenis nas Escolas”, da Geledés - Instituto da Mulher Negra.}

O Observatório da Fundação Itaú surgiu em 2023 com o objetivo de unificar o legado e a tradição de produção de conhecimento do Itaú Social, Itaú Cultural e Itaú Educação e Trabalho. Agora, em 2025, a plataforma ganhou novos recursos, desenvolvidos pela Caiena para fortalecê-la como uma referência em dados, indicadores e pesquisas de educação e cultura no país.

Durante o Trampos do Futuro, o público pôde acessar o Observatório em telas touch e conhecer a nova versão desenvolvida pela Caiena. As novidades permitem que usuários tenham uma experiência imersiva, por meio de uma visualização de dados interativa e amigável. Além disso, possibilitam um melhor desempenho da plataforma.

Entre as mudanças, está a adoção de uma nova identidade visual; a divisão dos conteúdos em seis áreas de destaque, com indicadores e materiais relacionados às temáticas centrais da plataforma; a implementação de recursos que simplificam o compartilhamento nas redes sociais, ampliando o alcance das informações; a nova biblioteca com filtros e tags que facilitam a busca e a navegação em mais de 150 pesquisas, entre outras.

Observatórios digitais possibilitam a divulgação de informações sobre temas de um interesse em comum, visando a análise das atividades sociais em um ambiente virtual. Para entender melhor o que são e como são construídos os observatórios digitais, confira este conteúdo do Blog com explicações do Eduardo Foster, diretor de Tecnologia da Informação e sócio-fundador. Para completar sua leitura, acesse também este conteúdo sobre observatórios digitais para conhecer, que vão te ajudar a compreender ainda mais sobre a importância dessas plataformas.