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A celebração do Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra acontece no dia 20 de novembro – data que representa um marco na história afro-brasileira. Foi neste dia, em 1695, que Zumbi dos Palmares foi assassinado. Ele era líder do Quilombo dos Palmares, o maior refúgio de negros da América Latina. O espaço chegou a ser habitado por 20 mil pessoas, sendo a maioria escravos que fugiram de engenhos da Bahia e de Pernambuco, mas foi destruído em 1694, como conta a Fundação Cultural Palmares.
A luta de Zumbi dos Palmares não foi em vão: o Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra foi oficializado em 2011 e, até então, era um feriado facultativo. Em 2024, pela primeira vez na história do país, a homenagem alcança nível nacional com a obrigatoriedade do feriado.
Porém, mais do que falar sobre datas, hoje abordamos a importância de resgatar histórias e fazê-las perdurar por gerações, para que suas mensagens não se percam.
Neste sentido, acreditamos que a tecnologia é uma ferramenta necessária, por oferecer recursos que aproximam e conscientizam sobre personalidades e feitos que não podem cair no esquecimento.
Navegue pelo conteúdo:
- A consciência negra no Brasil
- Tecnologia e história afrodescendente
- A tecnologia a favor do resgate da história afro-brasileira
O Brasil é o país com a maior população afrodescendente fora da África. Dos 212,6 milhões de habitantes, 92,1 milhões declararam serem pardos, e 20,6 milhões se identificaram como pretos, de acordo com dados do Censo de 2022 – a mais recente apuração até o momento. O dado representa um marco histórico, pois foi a primeira vez que a maior parte da população se declarou parda desde 1991.
Porém, a realidade da população afro-brasileira ainda é complexa, e isso é comprovado por meio de estatísticas sociais. A base do problema pode estar na educação básica, uma vez que o ensino da história e cultura afro-brasileira só se tornaram obrigatórios no Brasil em 2003. Mas, conforme divulgado pelo portal Educa Mais Brasil, 71% dos municípios brasileiros ainda não implementaram o ensino da história afro-brasileira nos currículos.
A desigualdade racial também impacta na economia do Brasil. Um estudo do Insper revelou que o país poderia ter ganhado R$103 bilhões em 2024 se pessoas negras tivessem salários e taxa de emprego similares às das pessoas brancas, pois o salário médio de trabalhadores negros é hoje 42% menor que de brancos.
Além disso, outro dado que revela a desigualdade atual é o perfil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado este ano. Ele indica que 56,8% das 16,3 milhões de pessoas moradoras de favelas e comunidades urbanas do país são pardas, e 16,1% são negras. Entretanto, a esperança é que essa realidade desigual seja solucionada no futuro. Na última edição da Conferência da Diáspora Africana nas Américas, Wlamyra Albuquerque, professora de História do Brasil na Universidade Federal da Bahia (UFBA), enfatizou que o mundo está em um momento de reconstrução.
“É evidente para todos nós que estamos num momento de mudança global tão significativa que demanda de todos nós uma tomada de posição acerca de um novo plano. E esse novo plano está fincado naquilo que é mais fundamental na nossa relação com a África, que são, não somente os nossos vínculos simbólicos, religiosos, afetivos, mas também nossos vínculos com os planos para o futuro”.
Wlamyra Albuquerque, professora de História do Brasil na Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Em entrevista à Rádio Senado, Kelly Quirino, doutora em comunicação pela Universidade de Brasília e consultora de gênero e raça, reforçou que o Dia Nacional da Consciência Negra é uma maneira eficaz de reconhecer o protagonismo dos negros na formação da história brasileira.
"É um dia que a gente celebra a importância que a população negra tem na formação cultural do nosso país, na formação sociológica, como força de trabalho. Porque foi o trabalho da população negra, durante a escravidão, que possibilitou o acúmulo de riquezas. Esse dia mostra que é uma população que sempre teve um protagonismo, que sempre ter sempre lutou e que a liberdade não foi dada, que ela foi conquistada à base de muita luta, a base de muitas mortes a partir de muita violência que a população negra sofreu durante os praticamente quatro séculos de escravidão no nosso país".
Kelly Quirino, doutora em comunicação pela Universidade de Brasília e consultora de gênero e raça.
Carlos Eduardo Dias Machado, bacharel, professor e mestre em História Social, é referência em estudos sobre inovações e tecnologias africanas. Segundo explicação compartilhada por ele ao Sesc-SP, o continente africano tem o registro mais antigo do mundo de conquistas tecnológicas humanas, que são as ferramentas de pedra mais antigas do mundo. Elas foram descobertas na África Oriental. Além disso, evidências da produção de ferramentas de ancestrais hominídeos foram encontradas na África Subsaariana.
Para completar, o especialista destaca o fato de que os primórdios dos estudos da Ciência remetem ao Egito Antigo (Kemet – Terra Preta) e à Suméria (Povo de Cabeça Negra), datados entre 3.000 a.C e 1.200 a.C. Esses fatos influenciam também a história e protagonismo da população, principalmente da afro-brasileira.
"A quantidade de invenções e inovações negras da pré-história, antiguidade até os dias atuais são diversas e muitas delas fazem parte do nosso cotidiano. Precisamos conhecer o legado africano na ciência e tecnologia para termos um novo olhar sobre o povo negro, numa realidade em que somos minoria na universidade brasileira, apesar de sermos 56% da população nacional (mais de 119 milhões de negras e negros)".
Carlos Eduardo Dias Machado, bacharel, professor e mestre em História Social, em entrevista ao Sesc-SP.
Então, aprendemos que diversas soluções tecnológicas de hoje só foram possíveis graças aos povos afrodescendentes. Agora, é hora de usar essas contribuições a favor da cultura afro-brasileira. Listamos tecnologias que contribuem para o resgate histórico de personalidades e fatos que não devem ser esquecidos, para que suas mensagens contribuam com a garantia dos direitos dessa população.
Coleção de arte virtual
Hoje, é possível visitar diversas obras e museus que retratam a história afro-brasileira sem sair de casa. Um exemplo disso é a galeria "Celebre o Brasil Negro", do Google Arts & Culture. O acervo digital traz conteúdos de mais de 20 instituições culturais brasileiras. Além disso, o Google disponibiliza a mostra "Design e Tecnologia na Escravidão", que aborda as habilidades e conhecimentos dos povos africanos que inspiram a sociedade brasileira atual.
Games
Uma parceria entre a ONG Pretahub e a Salve.Games deu origem ao jogo "Zumbi dos Palmares", lançado na plataforma de games Fortnite no ano passado. O projeto surgiu com o objetivo de resgatar a história deste ícone da história afro-brasileira e também de Dandara. Os jogadores precisam defender o Quilombo dos Palmares dos invasores e, nesta experiência, aprendem sobre o território e outras informações a respeito do marco histórico.
"Nós, brasileiros, estamos acostumados com narrativas de batalhas estrangeiras, como jogos de faroeste americano, guerras mundiais ou vikings. Contudo, temos pouco sobre as batalhas que fazem parte da nossa história. O grande desafio que enfrentamos foi construir um jogo que fosse não apenas divertido, mas também educativo. Acreditamos que ao utilizar a linguagem digital dos games, conseguiremos despertar nos jogadores o interesse pelos nossos heróis e pela nossa história".
Alexandre de Maio, diretor da Salve Games, em entrevista para a Forbes Brasil na ocasião do lançamento de "Zumbi dos Palmares".
Filmes e séries
Aqui no Blog da Caiena, já indicamos diversos filmes e séries relacionados ao Dia da Consciência Negra, e trouxemos exemplos de como a luta dos negros contra a discriminação é abordada no cinema. Agora, complementamos as indicações apresentando produções específicas relacionadas à produção audiovisual afro-brasileira, cujo acesso tem sido impulsionado graças à tecnologia.
As sugestões listadas são disponibilizadas gratuitamente na plataforma Itaú Cultural Play, o streaming do Itaú Cultural (IC), instituição da Fundação Itaú. As obras também estão disponíveis no canal do IC no YouTube. Vale lembrar que o Itaú e a Caiena são parceiros de longa data, e que nós realizamos com eles projetos como melhorias na plataforma Enciclopédia Itaú Cultural e desenvolvimento de novas ferramentas na Escola Fundação Itaú.
Entre as produções do catálogo do IC Play que abordam a temática da história afro-brasileira está a série "Ancestralidades". A obra investiga como artistas e pesquisadores negros têm se mobilizado na busca por libertação e emancipação no país.
Podcasts
Outra ferramenta que apoia a difusão do conhecimento sobre a história da realidade afro-brasileira com tecnologia são os podcasts, como o "Essa Geração", que fez uma série sobre decolonialidade e também aborda diversos temas relacionados ao assunto em seus episódios.
Já o podcast "Vidas Negras", do jornalista Tiago Rogero, traz análises e resgates de personalidades que marcaram a história afro-brasileira, inclusive da nova geração. Outro podcast de grande repercussão sobre personalidades negras do Brasil e do mundo que não devem ser esquecidas é o "História Preta", de Thiago André.
Para completar, temos como indicação também o podcast "Deixa que eu conto", do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A produção é focada na educação infantil e fundamental, com episódios narrados pelas contadoras de história Carol Levy e Kiara Terra.
Cursos online
Quem quer aprender mais sobre a história afro-brasileira sem sair de casa pode conferir os cursos online autoformativos da Escola Fundação Itaú. A plataforma educacional, que conta com melhorias realizadas pelo time da Caiena, proporciona a troca de saberes visando a participação dos indivíduos na vida cultural e social de forma funcional, com muita tecnologia envolvida.
Entre as opções de cursos disponíveis na Escola Fundação Itaú está a ”Trilha Formativa de Equidade Racial”. O conteúdo aborda conceitos fundamentais relacionados ao racismo no Brasil, promovendo ensinamentos sobre a luta antirracista de acordo com momentos históricos do movimento negro do país.
Também indicamos o curso “Milton Santos: cidadão do mundo e geógrafo das quebradas”, que conta a história e feitos do geógrafo que é um dos exemplos entre intelectuais afro-brasileiros.
Esse conteúdo é uma das iniciativas realizadas pelo Comitê de Diversidade da Caiena, criado em 2017 para promover a reflexão e o diálogo focado na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Se quiser complementar sua leitura sobre a luta contra o preconceito racial com nossos conteúdos, sugerimos nossa publicação sobre a relação entre racismo e a saúde mental, e sobre discriminação algoritmica.