Os avanços dos super apps no mercado de tecnologia

Cinco horas por dia: esse é o tempo médio que os usuários passam conectados em seus smartphones no Brasil. O país está em quinto lugar no ranking apurado pelo “State of Mobile 2024”. Os outros países que lideram a lista são Indonésia, Tailândia, Argentina e Arábia Saudita, respectivamente.

Com dados como esse, não se pode negar que a população brasileira está cada vez mais mobile-first, e as tecnologias pensadas para atender aos novos comportamentos baseados em dispositivos móveis só crescem.

Logo, uma tendência que vem ganhando espaço no mercado é a dos super apps. Esse conceito define aplicativos que reúnem em um só produto digital diversos serviços. Assim, os usuários concentram as atividades em um só app. Isso proporciona mais praticidade a diversas atividades, porém, também traz pontos que merecem um toque de atenção.

Navegue pelo conteúdo:

• Quando os aplicativos foram criados?
• Apps e super apps: qual a diferença?
• O impacto dos apps
• Super apps e o mercado financeiro
• Quem faz aplicativos de impacto?

Apesar de hoje serem mais associados aos dispositivos móveis, os aplicativos surgiram junto aos computadores. É difícil cravar uma só data para o seu lançamento, mas, segundo o CanalTech, os primeiros apps surgiram nos anos 1980, e na época eram distribuídos por meio de disquetes, em lojas físicas.

O tempo passou, a internet chegou, a tecnologia evoluiu…e no fim dos anos 1990 foram lançadas as primeiras lojas de aplicativos para dispositivos móveis. Porém, o grande impacto no setor voltado a esse formato aconteceu quando a Apple lançou a App Store, em 2008, com 500 apps disponíveis para download para dispositivos iOS.

A popularização dos aplicativos influenciou diversos comportamentos desde então. No mundo do desenvolvimento de software, isso permitiu novas carreiras. Também impactou o mercado gamer e o varejo, assim como o mercado de entretenimento – por meio da disponibilidade das transmissões ao vivo e on demand, de educação personalizada, e de saúde e bem-estar.

Para todo mundo que usa dispositivos móveis, existe um aplicativo favorito. Um não, vários! Pare e pense nos que você mais usa no seu dia a dia, por exemplo. Agora, já imaginou se todos eles estivessem concentrados em um só ambiente virtual?

Essa é a principal diferença entre os apps e os super apps, que oferecem múltiplos recursos em um só lugar, como um ecossistema de miniaplicativos em que os usuários conseguem ter diversas experiências. De acordo com a Gartner, até 2027, mais de 50% da população global será usuária ativa de super apps. 

O vice-presidente e analista da equipe de Design e Desenvolvimento de Software da Gartner, Jason Wong, destaca que os super apps possibilitam uma experiência mais envolvente para seus usuários. Para os negócios, essa tecnologia contribui com a competitividade e com a economia de escala, pois possibilita um maior proveito do efeito de rede de uma base de usuários maior. 

Porém, ainda existem obstáculos que impedem os super apps de ganhar mais espaço. Wong ressalta que "criar o ecossistema de negócios pode ser mais desafiador do que implementar a tecnologia. Cada usuário prefere interagir de forma diferente com os aplicativos. Assim, desenvolver o design do super app para o público certo e apresentar consistência nos miniaplicativos elaborados para ele pode impactar a adoção e a retenção".

Ainda segundo a pesquisa “State of Mobile 2024”, os principais subgêneros de aplicativos globais mais baixados em 2023 no Brasil foram os apps de finanças e bancos digitais, entretenimento OTT (over-the-top, para transmissão de conteúdos diversos como filmes, séries e outras mídias), shopping e e-commerce, e de utilidade e produtividade com foco em ferramentas, personalização e do setor público. 

Esse destaque do segmento de utilidade e produtividade é uma realidade global e reflete a busca dos usuários por mais privacidade. Os aplicativos VPN são os que mais cresceram na lista de downloads a nível mundial de 2022 a 2023, subindo 42% no período.

De acordo com a pesquisa "Super Apps", da Ilumeo, 59% dos entrevistados conheciam o conceito de aplicativos com múltiplas funções. O levantamento também identificou que sua  adoção pela população brasileira está relacionada à praticidade, facilidade de uso, oferta de benefícios como descontos ou cashback, indicação de pessoas próximas, confiança no suporte para dúvidas e resolução de possíveis problemas, e também na segurança oferecida para proteção das informações.

Para a consultoria, os super apps têm potencial para aumentar tráfego e downloads das marcas e, assim, potencializar a presença dos negócios por meio da coleta de dados, enquanto também possibilita a aproximação dos clientes.

‍“Os consumidores passam cada vez mais tempo em apps, criando novas oportunidades para as marcas construírem relações diretas com os clientes. Os profissionais de marketing que investem no desenvolvimento de experiências de aplicativos integradas e soluções avançadas de aplicativos estão atendendo às expectativas dos consumidores e gerando ROI (Retorno Sobre o Investimento) para seus negócios”.

^{Mike Holtgrewe, líder da área de Vendas e Aplicativos do Google, para o relatório “State of Mobile 2024”}

Já falamos aqui no Blog da Caiena como a tecnologia tem impulsionado negócios, principalmente no mercado financeiro. Hoje, existe um movimento das empresas que não fazem parte deste mercado, mas que estão investindo em inovações e na criação de fintechs próprias para oferecer produtos e serviços relacionados às finanças, incluindo os super apps. Assim, elas adicionam ao portfólio soluções que atendem às novas demandas do público com tecnologia, enquanto se reinventam e automatizam operações. 

Como destacado pelo InfoMoney, um super app voltado ao mercado financeiro pode oferecer soluções de crédito, bem como facilitar pagamentos, investimentos e acessos a seguros, previdência e câmbio. Isso está alinhado à popularização do conceito open finance, tecnologia que define o sistema financeiro aberto e possibilita o compartilhamento de dados.

Em publicação do Valor Investe, o colunista Guilherme Assis adiantou que são esperadas duas funcionalidades entre os super apps que vão impactar a usabilidade em 2025: a de consentimento único, que autoriza o compartilhamento dos dados e transações, e a possibilidade da jornada sem redirecionamento (pix por aproximação).

“Os super apps estão amadurecendo e aprimorando a experiência e as jornadas dos usuários e a evolução do open finance acelera e melhora ainda mais esses aplicativos. Com a integração do open finance, a jornada do cliente para a escolha e compra de produtos financeiros se torna muito mais personalizada, com produtos e serviços ajustados às necessidades individuais”.

^{Guilherme Assis, colunista do Valor Investe.}

Para essa pergunta, temos a resposta pronta: a Caiena! Criamos o aplicativo SOL - Solução Online de Licitação para a Bahia e Rio Grande do Norte com financiamento do Banco Mundial. Hoje, a solução também está ativa na Paraíba.^‍

O SOL foi pioneiro no uso de blockchain em aplicativos do setor público brasileiro e surgiu para conectar cooperativas da agricultura familiar aos fornecedores, além de garantir transparência nos processos de compras públicas.^‍

Por meio da utilização da blockchain, todos os dados cadastrados no aplicativo são registrados em seu estado original, sem possibilidade de edição ou alteração, garantindo confiabilidade ao sistema. Além disso, o código desenvolvido para criação do SOL é aberto. Dessa forma, é possível que outras instituições e estados o utilizem livremente para criar seus próprios sistemas de licitação.^‍

Após seu lançamento, em 2019, o SOL foi premiado no iF Design Award 2020, na categoria Design de Serviços/UX para Governos e Instituições, e também foi um dos três finalistas do Gartner Eye on Innovation Awards for Government 2020, na categoria Américas. Saiba mais sobre o SOL aqui!