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Qual é a primeira palavra que vem à sua cabeça ao pensar sobre inteligência artificial? Para muitas pessoas, a resposta é “ChatGPT”. Isso porque o lançamento desse chatbot de inteligência artificial generativa no fim de 2022 popularizou as discussões sobre essa tecnologia, inclusive introduzindo para pessoas que nunca ouviram falar sobre isso.
E, agora, se fala muito de “ChatGPT” e inteligência artificial em rodas de conversa que extrapolam a bolha da inovação. Enquanto muitas pessoas refletem sobre os seus benefícios e riscos, achamos importante lembrar que a inteligência artificial, além de ser um assunto discutido há décadas, é uma tecnologia que vai muito além do ChatGPT.
Aqui no Blog da Caiena, já contamos sobre o Teste de Turing e como isso marcou a história da inteligência artificial ainda nos anos 1950. Agora, vamos falar sobre o presente e abordar outras tecnologias de inteligência artificial que já estão em uso em diversos setores da sociedade, para você entender melhor o impacto da IA em negócios e no dia a dia.
Navegue pelo conteúdo:
- O ChatGPT é só o começo da conversa sobre inteligência artificial?
- O impacto da IA no mercado de trabalho
- Inteligência Artificial e ESG
- Alpop Tupinambá: IA pioneira no mercado imobiliário
-Concluindo: inteligência artificial não é só ChatGPT
O ChatGPT ganhou fama no fim de 2022. Mas, segundo a Gartner, muitas empresas de capital de risco já investiram mais de 1,7 bilhão de dólares em soluções de inteligência artificial generativa (tecnologia capaz de aprender padrões de alta complexidade comportamental por meio do compartilhamento de base de dados) nos últimos três anos. Porque, de acordo com a consultoria, essa tecnologia possibilita aumentar e acelerar modelos de muitas áreas, além de impulsionar a criação de novas ideias que não seriam pensadas por humanos.
Vale ressaltar que hoje existem diferentes técnicas usadas em inteligências artificiais, mas que o foco atual está em modelos fundamentais, como explica a Gartner:
“Os modelos fundamentais são pré-treinados a partir de fontes de dados gerais de forma autossupervisionada, permitindo que sejam adaptados posteriormente para solucionar novos problemas. Esses modelos são baseados, principalmente, em arquiteturas de transformação, que representam um tipo de arquitetura de rede neural profunda que processa uma representação numérica de dados de treinamento. As arquiteturas de transformação aprendem o contexto e, assim, o significado, rastreando relacionamentos em dados sequenciais. Os modelos de transformação aplicam um conjunto de técnicas matemáticas evolucionárias, chamadas de atenção ou auto-atenção, para detectar influências e interdependências sutis até mesmo entre os elementos de dados mais amplamente separados em uma série”.
Artigo: Além do ChatGPT: O futuro da IA generativa para empresas - Gartner, 26 de janeiro de 2023.
E, como observa a consultoria McKinsey, a inteligência artificial generativa possibilita a criação de inúmeros formatos de conteúdo, como imagens, vídeos, áudios, e até mesmo códigos - como explicamos aqui no Blog da Caiena, quando discutimos sobre se a inteligência artificial poderia substituir desenvolvedores de software.
Neste sentido, esta tecnologia já vem sendo usada para elevar níveis de diversos processos de trabalho. A consultoria usa como exemplo a possibilidade de um analista usar a inteligência artificial para identificar possíveis fraudes. Já um designer gráfico pode utilizar essa tecnologia para rápidos ajustes em suas criações, como trocar um logo, por exemplo. E em indústrias, as IAs podem ser utilizadas em vistorias técnicas para rápidas consultas sobre procedimentos operacionais. E estas são só algumas das inúmeras possibilidades…
Faz sentido pensar que uma IA pode te substituir profissionalmente? Além de refletir sobre isso no setor de desenvolvimento de software, fizemos este questionamento em uma das edições da Newsletter da Caiena. Ainda não existe uma resposta concreta, mas é fato que a inteligência artificial tem gerado impactos no mercado de trabalho, desde o processo de contratação até a criação de novas vagas.
A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) alertou que 27% dos empregos dos 38 países membros dependem de habilidades que poderiam ser substituídas por tecnologias de inteligência artificial. E em pesquisa com mais de 5,3 mil trabalhadores, constatou que uma a cada cinco pessoas teme perder o emprego para a IA. Entretanto, dois terços dos entrevistados que já trabalham com essa tecnologia relataram que a automação contribui com a segurança e torna as tarefas mais ágeis.
Silvio Meira, professor e especialista em engenharia de software e inovação de renome nacional, abordou em seu site os impactos da inteligência artificial na empregabilidade brasileira. Segundo ele, há três anos, o Mapeamento da Automação no Brasil estudou 46 milhões de empregos formais e, na época, observou que 60% do trabalho feito no país tinha pelo menos 70% probabilidade de computerização nas próximas décadas.
“Pra ter uma ideia, das 10 ocupações com mais empregos formais no país, metade tinha probabilidade de automação maior que 90%; só estas 5 respondem por 7,8M de vagas [ou 17% dos empregos formais]. Operador de caixa [823k empregos] tinha 97% de probabilidade de computerização e as várias ocupações de operador de telemarketing [que somam mais de 670k empregos], tinham 99% de probabilidade de automação”.
Artigo: E aí, IA [II] - Silvio Meira, 20 de julho de 2023.
Para o analista de Culture Research Ricardo Cappra, em insights compartilhados por artigo no LinkedIn, a colaboração entre humanos e máquinas é uma realidade, e sistemas de recomendação e inteligência artificial são parte do dia a dia de organizações em todos os setores.
Neste cenário, ele destaca o impulsionamento da carreira de profissionais AI-Driven (Artificial Intelligence Driven), “um indivíduo empoderado por sistemas inteligentes que o auxiliam a lidar com o excesso de informações, acelerando decisões complexas e transformando, assim, esses agentes artificiais em assistentes virtuais de alto desempenho”, explica Cappra. Para completar, segundo publicação da Forbes, a IA já é uma das habilidades mais buscadas pelo mercado de tecnologia, possibilitando pessoas a alcançarem salários de até R$ 40 mil.
Sobre o uso de inteligência artificial nos processos de seleção e contratação, de acordo com pesquisadores da FGV (Fundação Getúlio Vargas) com profissionais de Recursos Humanos, isso possibilita mais eficiência e também agilidade nos processos. A tecnologia tem sido usada na triagem inicial em plataformas virtuais, e principalmente para vagas de cargos operacionais, que são os de maior número de candidaturas.
Na pesquisa da FGV, os entrevistados compartilharam seus receios pela redução do contato humano durante as seleções. E ainda falaram sobre o fato de a tecnologia enviesar processos, uma vez que alguns candidatos podem não ter domínio de recursos digitais. Para completar, eles comentaram sobre a preocupação de incluir termos de pesquisa que possibilitem a inclusão de grupos sociais minoritários, para promover a diversidade nos recrutamentos que utilizam IA.
Outro assunto relacionado aos investimentos de negócios em inteligência artificial é o ESG (environmental, social and governance). Em português, a sigla define as práticas ambientais, sociais e de governança realizadas pelas empresas, e isso impacta no posicionamento de mercado. Logo, a tecnologia torna-se uma aliada de empresas que querem manter bons resultados nestas frentes.
Por meio da inteligência artificial, por exemplo, já é possível medir o nível de maturidade ESG das empresas. Nesta plataforma divulgada pela Forbes, a tecnologia identifica as iniciativas prioritárias que as organizações devem implementar para atender aos critérios ESG.
Também já estão em uso ferramentas que otimizam processos de auditorias nas empresas, contribuindo assim para a redução de riscos e melhor tomada de decisão a respeito das práticas de governança. Essa automação com inteligência artificial ainda possibilita melhores avaliações de prestadores de serviços e, assim, eleva o compliance por meio do cruzamento de dados.
E as soluções tecnológicas com foco em meio ambiente também ganham espaço no ESG. Neste sentido, a inteligência artificial atende às análises mais complexas, permitindo, por exemplo, estimar emissões de carbono das empresas e, assim, solucionar isso com ações de compensação em tempo real. Para completar, a tecnologia ainda permite otimizar a eficiência energética e reduzir desperdícios.
O mercado imobiliário brasileiro também já conta com tecnologias de inteligência artificial que geram negócios e impacto social, como a Alpop Tupinambá. E temos orgulho em apresentar esta solução desenvolvida pela Alpop, fintech criada pela Caiena junto a sócios de renome.
A Alpop Tupinambá é uma tecnologia de inteligência artificial que combina os dados coletados pela Alpop em mais de 100 municípios do Brasil aos dados específicos das imobiliárias atendidas. E, assim, possibilita um melhor equilíbrio no risco-aprovação de contratos de aluguel.
“Algo que temos por premissa aqui na Alpop é a compreensão de que o mercado imobiliário é por natureza pulverizado e cada imobiliária é um universo específico em termos de processos, tecnologias, pessoas e risco. Com base nisso, nos perguntamos: por que não desenvolver uma aprendizagem de máquina específica para cada imobiliária em nossa carteira?”.
Caio Belazzi, co-fundador da Caiena e CEO da Alpop.
Esta é uma solução pioneira no mercado imobiliário brasileiro e permite entregar maiores níveis de aprovação ao mesmo tempo em que oferece níveis controlados de risco para as imobiliárias. Mais possibilidades de aprovação cadastral significam mais chances de alugar imóveis para pessoas que não atendem aos requisitos das atuais políticas de crédito.
Entender a amplitude da inteligência artificial na sociedade é fundamental para que as conversas em tecnologia discorram além do ChatGPT. Isso porque, enquanto falamos sobre isso, muitas outras soluções com esta tecnologia já estão sendo desenvolvidas e aplicadas na sociedade. E as que já existem, incluindo o “queridinho” deste tema, estão passando por aprimoramentos a todo momento.
Hoje, falamos sobre como essa tecnologia tem se expandido e marcado presença em nosso dia a dia, no presente. E seguimos acompanhando as discussões no mercado sobre como será seu uso no futuro. Alguns acreditam que a inteligência artificial será responsável por um mundo catastrófico. Outros defendem que ela será a chave para a produtividade. Pelo bem, ou pelo mal, agora você já têm argumentos em mãos para criar a sua própria opinião a respeito disso.